quinta-feira, março 27, 2008

Por que ver televisão hoje?

Marcia Tiburi

Quem hoje em dia se senta em frente à TV experimenta uma sensação antiga e nova ao mesmo tempo. O motivo que levava romanos às arenas e leva ainda hoje os espanhóis a touradas, brasileiros a rinhas de galo, americanos à luta livre, foi modificado pela sensação de paz muito próxima do atordoamento que sempre foi prometida pela representação ficcional em geral.

Quem quer assistir à guerra, à violência, à miséria, quer também que seu voyerismo – seu insano desejo de ver – esteja protegido e que seu corpo não esteja ameaçado. Espera ver algo real, mas protegido pelo como se fosse real. A promessa das artes, da literatura, do cinema e do visual em geral foi a de que seria possível apreciar a violência ou o horror, porém, sem se envolver com ela, ficar em paz. A televisão superespecializou esta possibilidade.

A distância que temos do real e do atual (o mundo material e de relações compartilhado) é produzida pela escrita, pelo teatro, pela arte em geral. A fotografia e o cinema enquanto funcionaram em preto e branco deixaram clara a separação entre a ficção e a realidade. O que era imagem estava “preto no branco” literalmente. Esta distância permitia “pensar criticamente” o que era visto. Tratava-se de imagem e isto era claro. Hoje, sob o paradigma da videosfera inaugurada com a Tv colorida nos anos sessenta, é possível dizer que “vejo e logo existo” ou que só existo porque vejo. A promessa de paz que a representação produzia, por ser representação e não realidade, inaugurou um problema novo, bem antigo, porém, na filosofia: o que é o real? A confusão entre visual e real só existe porque o olhar se tornou incompetente, mas isso porque talvez ele tenha sido por demais enganado. O olhar regrediu?

A televisão é o ápice de um processo de evolução dos mecanismos óticos e de representação que culmina com o estágio atual da regressão da visão. Assim como muitos não sabem ler, há tantos outros que não sabem ver. Se o espectador não for ajudado a ver a diferença entre ele mesmo e o que ele vê, entre a vida real e atual e o que é representado na tela da televisão, ele corre o risco de se tornar uma distorção real do que ele mesmo contempla. A idéia oriental de que cada um se torna o que contempla pode ajudar a pensar o estágio atual de nossa inabilidade em ver. A televisão neste caso é uma anamorfose, ou seja, uma imagem que precisa de um olhar cuidadoso, que conheça o ângulo próprio para conhecer o mecanismo, para mostrar sua verdade.

É o estatuto da imagem e da realidade que a televisão hoje coloca em xeque ao por em cena uma programação “ao vivo” ou que “parece” ser ao vivo, que simula a instantaneidade do tempo. Não se trata apenas de tentar responder à pergunta “quem sou eu enquanto vejo televisão”, mas de entender o que faz uma coletividade abdicar de tantas outras atividades para ver televisão sendo que constantemente a programação da TV também não atende às suas expectativas? Se a idéia básica de que meu desejo foi seqüestrado numa sociedade das imagens não responde a tudo, será que é pela entrega à visualização que eu adquiro o direito muito mais interessante, o de ser inativo? Que lucro será este?

É valioso, neste ponto, recuperar a questão de Vilém Flusser sobre o desinteresse das pessoas pela vida real em função da avalanche das imagens no seu modo de vida contemporâneo. Será que se espera que as imagens possam restituir algo que perdemos e nem sabemos que perdemos? Nós mesmos, nossa complexidade, nossa intimidade, nossos segredos. Será que como na antiguidade o desejo de ver o horror na tragédia grega que nos ensinava a pensar na própria vida equivale ao desejo de devassar a vida alheia justamente porque perdemos nossa interioridade e esperamos recuperar algo nosso de autêntico em migalhas sempre ofertadas em programas “espontâneos” e “ao vivo”?

Até que ponto quem vê televisão é vítima desta ilusão? Ver televisão hoje é um modo de se emocionar imediatamente numa sociedade que perdeu de vista o cuidado com sua própria sensibilidade. Uma sociedade que se alimenta intelectualmente da visualização da miséria e da violência como se elas pudessem sanar alguma falta pessoal ao modo das hienas que se alimentam das sobras não comidas pelos leões. Com isto é preciso que se diga que o espectador precisa ser ajudado a ver e isso só é possível se lhe forem dadas as chances para que abra os olhos.

A promessa da televisão para o espectador foi complexa. Ao lado da paz proveniente da ação de ficar diante da máquina colorida que simula o real e atual, quem assiste também presencia um conteúdo especial e comum à história humana desde aqueles tais tempos imemoriais que nada mais são do que a barbárie que conhecemos tão bem ainda hoje. As imagens da violência, habituais ao meio, não são gratuitas. Explicar a audiência do sensacionalismo pelo desejo de sangue e violência não é fácil, por que talvez a questão não seja o desejo de violência, mas a falta de outro desejo que anime a vida. Por isso, a inércia diante da TV talvez não seja mera busca de entretenimento, farra e festa, mas ao contrário, desconhecimento de outras possibilidades. E isso define que a forma TV talvez possa ser mudada pela modificação de seu conteúdo.

O conteúdo se faz como forma, a ela pertence. O principal conteúdo da TV para o povo é a violência: a violência física que se pode “contemplar” ou violência simbólica que só se pode absorver inconscientemente. O pequeno gesto de sentar-se diante do aparelho exige um auto-abandono à inércia, misto de contemplação infecunda e ócio físico que dá muito prazer. A isso se chama entretenimento. Com ele nossa cultura cansada de si mesma tece o elogio da sua própria aniquilação. Nenhuma grande experiência espiritual é proposta num meio como a TV porque já não é possível se pensar nisso desde que “entreter” e fazer passar o tempo com a rapidez de uma vida que não quer saber de si, são sinônimos. A própria TV já é fruto da tecnologia que previu a decadência do humano, ele mesmo a grande invenção que cai por terra diante do avanço da técnica.

A indolência diante da TV é uma caricatura da paz que o filme promovia ao jogar o espectador no mundo sempre mais confortável do irreal, da ficção como objeto de contemplação por oposição às dores e horrores da vida real. Aquela função benevolente do espetáculo para amainar as consciências tem outro papel na TV que, quanto mais pretende ser entretenimento, menos promete a ficção. O que ela vende é “o real” que promete substituir o real doloroso da vida mesmo oferecendo um real ainda mais doloroso. A única saída para o espectador é descobrir seu próprio estatuto. A tarefa da televisão é ser honesta com quem nela presta atenção preservando a inteligência necessária antes que a atenção seja eliminada socialmente e diante de aparelhos apenas sobrevivam os que não se importam em ser robôs.

Quem vê televisão precisa saber que se trata apenas de televisão e que isto é muito sério.

terça-feira, março 04, 2008

200 Anos Depois.

Príncipe imperial vive "sem luxo nem esplendor" em casa alugada em SP
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REGIANE SOARES
da Folha Online


Há 200 anos a família real portuguesa chegou ao Brasil sem saber o que ia encontrar na colônia e muito menos qual seria o futuro da dinastia Bragança. Hoje, a monarquia cedeu espaço para a república e o herdeiro dinástico da família imperial vive à sombra do regime presidencialista na expectativa de um dia governar o país. Em entrevista à Folha Online, dom Luiz de Orleans e Bragança, 69, contou como é viver em São Paulo sem as regalias usufruídas por dom João 6º e Carlota Joaquina no século 19. Veja vídeo.

Folha Online

Dom Luiz disse que a República trouxe perecimento da moralidade política
Chefe da Casa Imperial Brasileira e herdeiro dinástico, dom Luiz diz que vive "sem luxo nem esplendor". Ele nasceu na França, estudou química mas nunca exerceu a profissão. Mora com um de seus irmãos, dom Bertrand de Orleans e Bragança, em uma casa alugada em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista. Apesar de bem localizado e grande, o imóvel é um sobrado simples e que requer reparos na pintura e no jardim. A decoração da casa também é simples e não tem nenhum móvel da época da monarquia. Apenas as fotografias ou pinturas de seus pais, avós e bisavós, em especial da princesa Isabel, indicam que naquele lugar vive um nobre.

Apoiado em uma bengala e vestido com um terno cinza com risca de giz, dom Luiz recebeu a reportagem na sala de visitas da Casa Imperial do Brasil onde um grande brasão imperial contrasta com a um imagem de nossa senhora de Fátima. Católico praticante, o príncipe disse que divide seu tempo entre orações e o trabalho como representante da família imperial brasileira. Afirmou que não recebe nenhum recurso do governo brasileiro e vive de doações de monarquistas em melhores condições financeiras.

Durante a entrevista, de quase duas horas, dom Luiz se empolgou ao falar sobre a crise na política nacional e riu ao comentar a questão dos cartões de crédito corporativo do governo federal. "A República trouxe consigo um perecimento da moralidade pública e política e nós chegamos ao auge hoje em dia", disse o príncipe, que defende a monarquia como forma de solucionar parte dos problemas na política brasileira.

Quando o assunto é a disputa da família imperial pela herança dinástica --herdeiros do primeiro filho da princesa Isabel, dom Pedro de Alcântara Orleans e Bragança, que abdicou da dinastia ao se casar, reivindicam o trono inexistente no Brasil--, dom Luiz prefere não se aprofundar no assunto e limita-se a dizer que é reconhecido internacionalmente como herdeiro dinástico.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com dom Luiz de Orleans e Bragança.

Folha Online - Como é viver hoje como herdeiro dinástico 200 anos após a chegada da família real ao Brasil?
Dom Luiz de Orleans e Bragança - Vivemos sem luxo nem esplendor. Vivemos com os recursos que nós temos, que não são muito grandes. Alguns [dos herdeiros] têm empregos, outros vivem --como meu irmão d. Bertrand e eu-- de auxílio de monarquistas que nos ajudam a tocar a vida mas sem nenhum luxo --como você pode ver essa casa não é um palacete, é uma casa média. Vivemos procurando tanto quanto possível lutar pelos interesses do Brasil, no campo ideológico e civil.

Folha Online - E o governo brasileiro, dá alguma ajuda financeira aos herdeiros da família real?
Dom Luiz - Não, o governo não dá nada.

Folha Online - E de onde vêm os recursos?
Dom Luiz - São recursos particulares de pessoas que tem uma certa folga e nos ajudam. São monarquistas brasileiros.

Folha Online - Então o senhor não recebe o laudêmio --taxa de 2,5% cobrada sobre qualquer transação imobiliária no centro histórico de Petrópolis que vai para a família imperial?
Dom Luiz - Não, não recebo nada. Houve uma divisão nos anos 40 e o ramo da família de Petrópolis ficou com o laudêmio. E o ramo dinástico --o que herda a Coroa se for restaurada a monarquia-- não ficou com nada.

Folha Online - E quem fez esse acordo? Foi o chefe da Casa Imperial da época?
Dom Luiz - Foi uma questão complicada. Eu não gostaria de entrar nesse campo no momento.

Folha Online - É difícil carregar um nome não só longo mas com tanto significado em uma república como o Brasil e em um mundo globalizado?
Dom Luiz - De um lado é difícil, de outro a gente nasceu e foi criado para isso. Agora, traz uma responsabilidade muito grande. As pessoas olham para nós como quem deveria ser exemplos e nós devemos manter uma linha, uma dignidade, uma compostura para evitar toda e qualquer coisa que possa desabonar esse nome.

Folha Online - E como é seu cotidiano? Como é a vida do príncipe imperial do Brasil hoje?
Dom Luiz - Meu cotidiano é parecido com todos os paulistanos ou todos os brasileiros. Eu me levanto de manhã, faço as minhas orações, tomo café e depois tenho o meu trabalho [como chefe da Casa Imperial]. Tenho bastante correspondência [para ler e responder] e muitos contatos com os monarquistas de todo o Brasil. Recebo visitas de monarquistas de todo o Brasil e participo de congressos monárquicos bianuais. Também procuro atuar no campo ideológico e cível na Associação dos Fundadores --grupo dissidente da TFP (Tradição, Família e Propriedade)--, que procura pôr uma barreira à investida do esquerdismo e do comunismo aqui no Brasil muitas vezes sobre o manto da Teologia da Libertação.

Folha Online - Então o senhor é contra a Teologia da Libertação. Como é esse trabalho?
Dom Luiz - Escrevo artigos para algumas publicações, faço conferências e palestras. O próprio atual papa [Bento 16] quando era cardeal condenou a Teologia da Libertação, como sendo uma infiltração marxista na teologia católica. Ora, o marxismo é uma filosofia completamente atéia e materialista e não se coaduna com a religião católica. Porque o marxismo não vê no homem uma criatura de Deus com corpo e alma, portanto com necessidades materiais e espirituais e que deve dar "glória a Deus" e com isso trazer felicidade sobre a terra.

Folha Online - O senhor vai à missa? Em qual igreja?
Dom Luiz - Vou à missa aos domingos em uma igrejinha particular aqui no bairro.

Folha Online - O senhor é solteiro?
Dom Luiz - Sou solteiro, mas a questão da sucessão está assegurada pelo meu irmão dom Antonio. Meu irmão dom Bertrand é solteiro também. Mas dom Antonio tem quatro filhos --dois varões e duas mulheres-- e tenho uma outra irmã casada com dois filhos também. A sucessão está largamente assegurada. Era preciso haver uma catástrofe que matasse todo mundo [para não haver herdeiros ao trono].

Folha Online - O princípio da igualdade de nascimento ainda existe? Ou seja, os príncipes só se casam com princesas --e vice versa-- se não eles tiverem de abrir mão da herança dinástica?
Dom Luiz - Na Casa Imperial do Brasil sim. Pelo seguinte: normalmente todo príncipe é educado não tanto em função de seus próprios interesses mas em função dos interesses de seu país e de seu povo. E os maridos têm de estar de acordo. E se fizer um casamento com uma pessoa que não foi educada desse jeito pode trazer uma série de complicações, erros e uma série de problemas. E para o bem do país, é preciso que eles sejam casados entre famílias principescas.

Folha Online - E foi uma opção do senhor não casar?
Dom Luiz - Foi, para poder me dedicar à causa monárquica no Brasil e os interesses da nação pátria.

Folha Online - Então o que o senhor pensa sobre a forma com que o nosso país está sendo governado?
Dom Luiz - Eu acho que é só abrir os jornais pra ver. [risos] Hoje o jornal que eu leio normalmente tem páginas e páginas sobre a questão dos tais cartões de crédito [do governo federal]. Eu pergunto: Isso é um bom sintoma? Houve escândalos no ano passado um atrás do outro. Eu pergunto: Está certo isso? Nós temos ameaça de um apagão por falta de energia e por falta de investimentos em infra-estrutura. Eu pergunto: Isso é favorável ao Brasil? A república trouxe consigo um perecimento da moralidade pública e política e nós chegamos ao auge hoje em dia.

Folha Online - E qual o futuro que o senhor vê para o Brasil?
Dom Luiz - Eu vejo o Brasil numa situação bem grave hoje em dia mas com recursos ainda --recursos de alma do povo brasileiro e naturais quase inesgotáveis-- e com a possibilidade de sair da crise em que se encontra e se tornar realmente um país de primeiro plano no mundo inteiro. Agora, é preciso uma série de reformas e de limpeza em toda a nossa política e nossa vida pública.

Folha Online - Mas o senhor acha que é necessário mudar apenas os personagens ou o sistema político?
Dom Luiz - Eu acho que a monarquia ajudaria enormemente a resolver os problemas. Pelo seguinte: o soberano não é eletivo e, portanto, não está vinculado nem a partidos nem a grupos de interesses e nem a forças econômicas. O seu interesse é o interesse da nação. Por uma razão muito simples: se ele governar bem, quem vai se aproveitar disso é ele mesmo e seus filhos. Se ele governar mal, o castigo cai sobre ele mesmo e seus filhos. Quer dizer, o interesse do soberano e da nação formam um só e não há essa preocupação que há na república da próxima eleição. Isso não existe na monarquia. Mais uma vez eu digo: o interesse do rei e do imperador é uno com o interesse da nação e isso é uma coisa que tem também a capacidade de moralizar toda a política porque ele se torna um exemplo incorrupto e incorruptível para toda a nação. E por via de conseqüência, toda a máquina política a estrutura da nação se torna moralizada. Com isso, os problemas do país se resolvem muito mais facilmente sem que entrem rixas entre partidos políticos ou grupos de interesses. O soberano é um árbitro, é um juiz imparcial que pode ajudar a harmonizar tudo isso.

Folha Online - O senhor acredita que a monarquia possa mesmo voltar ao Brasil?
Dom Luiz - Eu acho que sim e vou lhe dar um exemplo. Houve um plebiscito em 1993 [para que os brasileiros opinassem sobre a volta da monarquia] e nós tivemos 13% dos votos válidos. Entretanto, isso foi realizado em condições muito pouco propícias, porque quando foi proclamada a república o governo provisório disse que convocaria um plebiscito para ver se o povo brasileiro queria continuar com a monarquia ou aceitar a república. E ele esperou 99 anos para realizar isso. E não só isso: estabeleceu nas sucessivas constituições uma cláusula pétrea que rezava que não se podia pôr em causa a forma republicana de governo. Ora, depois de 99 anos começar tendo mais de 10% dos votos válidos é um colosso para qualquer corrente de opinião. É preciso dizer que quando houve a Constituinte eu escrevi para os deputados e senadores uma carta mostrando como essa cláusula pétrea era antidemocrática e contrariava os princípios que aqueles parlamentares diziam defender. Eles foram sensíveis a esses argumentos e aboliram a cláusula pétrea. Convocaram o plebiscito, mas não foi feito em igualdade de condições. Primeiro pela falta de tempo para organizar os monarquistas. O Brasil é imenso e meus irmãos e eu percorremos esse país de norte a sul e de leste a oeste. Em segundo lugar, o tempo de preparação [do plebiscito] foi encurtado em vários meses: de 7 setembro para 21 de abril. Em terceiro lugar, os meios de comunicação praticamente só se falava de duas das três opções. Havia três opções: República parlamentar, República presidencialista e Monarquia parlamentar. E só se falava praticamente em República parlamentar e República presidencialista. A forma monárquica de governo foi posta de lado. Não só isso, estava previsto no decreto de convocação do plebiscito que cada corrente tivesse um espaço gratuito [de propaganda] na televisão. Entretanto, meus irmãos e eu não pudemos aproveitar desse espaço.

Folha Online - Por que?
Dom Luiz - Por causa de manobras etc. e a coisa foi... Nós impetramos um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal e aquilo foi protelado para depois do plebiscito.

Folha Online - Mas teve propaganda dos monarquistas na TV...
Dom Luiz - Sim, teve, mas por correntes que não eram inteiramente de acordo com as nossas idéias e ideais. E foi muito fraca. O fato de o herdeiro do trono e seu sucessor imediato não poderem aparecer foi realmente uma arbitrariedade colossal.

Folha Online - Foi o dom Gastão que apareceu na propaganda?
Dom Luiz - Não, foi um sobrinho dele. Eu não pude aparecer, mesmo sendo chefe da Casa Imperial do Brasil.

Folha Online - Mas se o senhor era o chefe da Casa e herdeiro dinástico por que não pôde defender a monarquia no plebiscito? A família do dom Gastão conseguiu alguma decisão judicial?
Dom Luiz - Não, não [teve decisão judicial]. Ele foi favorecido por certas correntes do parlamento, por alguns políticos.

Folha Online - O senhor acredita que isso prejudicou o plebiscito?
Dom Luiz - Enormemente. E depois uma campanha contra a monarquia tremenda. Corria tudo que era boato: que seria restabelecida a escravidão, como se não fosse a monarquia que aboliu a escravidão. Os maiores absurdos e nós não pudemos interceder. Apesar disso, [tivemos] 13% dos votos válidos e uma coisa que não se sabe é que mais de mais 50% dos votos foram nulos ou em branco. De onde vem isso? O povo brasileiro é esperto, intuitivo, inteligente e percebeu que o jogo estava falsificado então se absteve.

Folha Online - Ainda assim o senhor acredita que a monarquia possa voltar?
Dom Luiz - Acho que sim. Não hoje, mas amanhã, a médio-longo prazo, pode voltar. E eu acho que vai voltar. Por causa da insatisfação do povo, porque há --não só no Brasil, mas no mundo inteiro-- uma tendência a voltar às antigas tradições aos antigos modos de ser uma moralidade mais severa. Uma corrente muito forte tanto no Brasil como no exterior. E essa corrente no Brasil pode ser determinante num certo momento. Poderia ser um novo plebiscito, depende muito das circunstâncias. Uma coisa que nós não queremos é um golpe de Estado porque um golpe de Estado sujeita o soberano à facção que o pôs no poder e ele perde sua independência e o carisma próprio da monarquia.

Folha Online - O senhor alguma vez foi consultado pelos governos brasileiros?
Dom Luiz - Não. Normalmente os governos republicanos são ultradiscriminatórios. Eles nunca consultam as casas reais ou imperiais.

Folha Online - Também existe preconceito de achar que as casas imperiais são retrógradas?
Dom Luiz - Pode ser isso também. Mas existe o medo que a opinião pública perceba que há algo diferente no país.

Folha Online - E como ficou a disputa pela herança dinástica com a família de dom Gastão?
Dom Luiz - Praticamente não existe mais dúvida. No Brasil inteiro eu sou reconhecido como chefe da Casa e herdeiro dinástico. Esse é um problema que eu preferia não entrar nele porque são problemas familiares. Hoje em dia está completamente resolvido. Não há dúvida nenhuma em lugar nenhum.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Me perguntaram: O q Fidel fez?

o q ele fez???

cês tão de brincadeira velho.

Só digo uma coisa. Procurem conhecer Cuba antes do Fidel e procurem imaginar como seria Cuba hj sem a revolução. Talvez outro Haiti.

Para se bater de frente, é preciso ter personalidade, coragem, firmeza. E o Fidel bateu de frente com a maior potência da história da humanidade, que está há apenas 150 km de distância. Foi ameaçado, tentaram matar-lhe, tentaram um golpe frustrado, foi lhe imposto um ato DESUMANO (bloqueio econômico dos EUA e da UE).

Mas mesmo assim ele seguiu, deu educação e saúde de graça para sua população, investiu no esporte e na cultura de seu povo, deu uma identidade ao País, mesmo apesar de tantas dificuldades. E Cuba hj só não é melhor porque o mundo lhe fechou as portas.

E ainda, acima de tudo transformou Cuba em um símbolo de resistência, um país q resistiu curvar-se para ser mais uma ovelha do Tio Sam. Quem dera houvessem mais homens com tamanha coragem no mundo.

Nem tudo é perfeito, cometeu graves atos que ferem a democracia e os direitos humanos. Mas isso não o faz melhor nem pior do os "donos do mundo" atual. (Ou vc acredita que a vida de oposicionistas em Cuba vale mais do que as milhares de vidas inocentes no Iraque, Afeganistão, Bósnia, Irâ, Líbano ou Israel? Eu acredito que valham a mesma coisa.)

E respondendo a vc Roberto, compara-lo com presidentes dos EUA não é direcionar a discussão, pois são justamente os EUA que defendem com unhas e dentes o bloqueio desumano contra Cuba. São Justamente os Estados Unidos da América os responsáveis pelo isolamento político/econômico/cultural de Cuba há 50 anos.

Justamente os EUA, cujo presidente afirmou há alguns dias que técnicas de afogamento não são tortura. Justamente os EUA que mantém uma prisão internacional em Guantánamo onde diversos atos que ferem os direitos humanos são perpetrados diariamente (incluindo estupro e assassinato de presos. Muitos deles nem condenados são).

Me desculpem, mas isso não é desviar o foco. E de história eu entendo.

Eu não concordo com a visão ISTOÉ/VEJA/GLOBO/FOX da coisa. Nem no caso de Fidel, nem no caso de Chavez.

Em política as coisas não são simples assim.

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Não sei bem o q vai acontecer com Cuba a partir de agora. Se os homens q assumiram o poder não tiverem pulso firme, Cuba poderá degringolar e tornar-se uma espécie de Haiti sem analfabetismo.

Espero q Raul Castro consiga manter a soberania e a independência da ilha, e possibilitar uma transição o menos dolorosa possível. Pois está na cara q em pleno século XXI, sem Che e agora sem Fidel, Cuba não tem muita escolha.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Sinais de uma Itália em grave dificuldade

Nunca, nos últimos cinqüenta anos, as organizações mafiosas ficaram tão ricas e a Igreja Católica tão saliente. Sinais de uma Itália em grave dificuldade, cuja metáfora é a monstruosa crise do lixo não recolhido que avassala Nápoles invadida por seus próprios dejetos e envergonha a nação toda. O enredo napolitano, que devolve à cidade cenários da Idade Média, encontra suas raízes na crescente expansão da Camorra, a máfia da Campânia, e na rivalidade entre suas diversas facções, a repetirem em outro cenário a guerra dos morros cariocas. Com a agravante de que em Nápoles estamos no chamado Primeiro Mundo. A coleta e a incineração do lixo dependem de estruturas controladas pelos camorristas e a crise mancomuna a todos eles em uma nítida e subversiva tentativa de atingir o próprio Estado. O qual, cabe sublinhar, não agiu quando ainda seria possível com êxito, ao se delinear o risco, há mais de dez anos. Crescente o poder mafioso. E crescente o poder eclesiástico, de sorte, neste terreno, a suscitar a resistência laica. Último episódio, o abaixo-assinado por 67 professores da Universidade La Sapienza de Roma contra a visita de Bento XVI, prevista para a quinta 17, no quadro das celebrações do 705º aniversário do mais antigo ateneu da capital. A iniciativa dos mestres recebeu a adesão de muitos estudantes, prontos a encenar manifestações de desagrado caso o papa cumprisse o programa, a prever, inclusive, um discurso. Na terça 15, Bento XVI anunciou sua desistência, a bem da “ordem pública”, e a mídia, no dia seguinte, lamentou contrita o ocorrido salvo raras exceções.

Os partidos da direita solidarizaram-se prontamente com o Vaticano, mais comedidos, políticos de centro-esquerda não deixaram de fazê-lo, enquanto o próprio presidente da República, Giorgio Napolitano, enviava ao papa uma carta pessoal. Para domingo 20, a Santa Sé organiza uma grande manifestação na Praça de São Pedro, debaixo das janelas do apartamento papal, e é fácil imaginar o fervor dos fiéis ofendidos pelos lentes de La Sapienza e seus alunos. Ocorre que a política italiana, que a partir dos anos 50 foi capaz de se afastar das pressões religiosas mesmo no tempo dos governos democrata-cristãos, hoje cede-lhes espaço e recoloca em questão regras de vida aceitas há tempo pelas sociedades contemporâneas. Quem reage parece correr a ameaça da condenação por heresia. Mas nunca um papa mereceu tantas atenções por parte da mídia italiana, não somente berlusconiana, mas também da RAI, a tevê estatal, que põe no vídeo Bento XVI várias vezes ao dia. Visões diferentes a respeito dos justos comportamentos de um Estado laico, como convém, figuram entre os motivos da divisão da Itália em duas porções praticamente iguais em tamanho e peso. O governo de Romano Prodi, às vésperas de completar seu segundo aniversário, não cumpriu boa parte de suas promessas eleitorais e luta para sobreviver.

Conseguiu reduzir drasticamente o déficit público, mas o país sofre problemas de crescimento, em níveis inferiores à média européia, com a perspectiva de um ano muito difícil por causa dos efeitos da possível recessão americana. A Itália não poderia sair incólume de cinco anos de governo Berlusconi, mas o centro-esquerda tem graves culpas em cartório, a começar pela demora em enfrentar a reforma eleitoral, indispensável para que os italianos tenham condições de votar em candidatos em lugar de partidos, que até hoje administraram os resultados eleitorais a seu talante. Neste quadro, mais um raio risca o céu carregado. O ministro da Justiça, Clemente Mastella, líder de um pequeno partido, chamado Udeur, acaba de ser submetido à investigação policial e se demite. Sua mulher, Sandra, presidente do Conselho da Região Campânia, fica em prisão domiciliar. Ambos acusados por vários crimes, em primeiro lugar por concussão. Campânia, terra da Camorra.

Texto publicado no Blog do Mino Carta: http://z001.ig.com.br/ig/61/51/937843/blig/blogdomino/2008_01.html#post_19047380

segunda-feira, janeiro 14, 2008

"Big Brother" é uma coisa gay

Texto de Sérgio Ripardo publicado na Folha de S. Paulo dia 12/01/2008.

O gay do "Big Brother" precisa ser eliminado o mais rápido possível. Ele se apresenta como psiquiatra. Mas a Associação Brasileira de Psiquiatria já disse que ele não obteve ainda esse título. Ele paquera uma mulher da casa e culpa a "coitada" por confundir as bolas. O personagem enrustido e dissimulado ainda aproveita para estreitar intimidades com os homens desavisados da casa, em banhos coletivos, troca de sabonete, xampu, todos só de sunguinha, com toques nos corpos, engatando papo machão, como falar sobre a loira e a morena do "Tchan" (argh!).

Assim o programa cria uma piada tensa: qual será a reação dos outros após descobrirem que Marcelo é gay? Homofobia, aceitação verdadeira ou tolerância fingida? Claro: é bem possível que toda essa trama seja combinada antes com o diretor do programa. É só reparar nas atuações artificiais e nos diálogos muito redondinhos. Nunca uma armação foi tão mal encenada no horário nobre da TV.

A "coitadinha" do drama gay é Gyselle, que se mostra encantada com o urso ("Você não é gordinho. Você é fofinho", derrete-se). Mas ela não é boba nem ingênua como aparenta. Já participou do reality show francês "Île de La Tentation". Sua função era azarar homens comprometidos, roubar cobertor de orelha das amigas. Até imagino a ordem: "Dá em cima da biba e do emo que eu te arranjo uma vaga em novela."

A edição da Globo aposta no poder de atrair audiência com o gay enrustido e diferente do velho estereótipo da bichinha pintosa ou da maricona com voz de miado de gato. Para o público feminino, o chamariz é a questão: quantas mulheres não se apaixonaram por um homem que era, na verdade, gay?!

Neste sábado, só dava Marcelo no pay-per-view. Ele tomou banho com o simpatizante Luiz Felipe, que já declarou a intenção de posar nu em ereção para a "G", molhou-se também com Rafael, o Alemão bom moço versão cearense, e continua entediando todos com suas experiências na residência de medicina.

Sem mulheres deslumbrantes para ativar o onanismo eletrônico dos rapazes héteros, resta ao "Big Brother" focar nesses draminhas de sexualidade. Na vida real, admitir ver esse programa significa cada vez mais confessar uma falha de escolaridade, passar recibo de fútil, solitário, imaturo, "low class". Nunca deu status para ninguém acompanhar esse programa. Só queima o filme. Fuja de gente viciada nisso. É só perguntar o que melhorou na sua vida em 2007 com o "BBB 7".

Com um homossexual na posição de protagonista, os homens héteros mais conservadores também ficam na dúvida sobre continuar ou não vendo o programa e rejeitam o clima de "Sodoma e Gomorra". Em comentários postados na web, os machões reclamam que as mulheres "têm cara de prostituta de calçada".


Nos blogs gays, o assunto deve dominar como uma praga devido aos apelos carnais. Alguns participantes tentam usar seu corpo como foco de atenção, como Marcos que só anda com os pêlos pubianos à mostra. Já o joguinho psicológico do "psiquiatra sem registro" corre o risco de criar um vilão gay, alguém que faz qualquer coisa para ganhar R$ 1 milhão e ser o novo Jean Wyllys. Vai acabar ganhando um quadro no humorístico "Zorra Total". Olha a faca!!!

COMENTÁRIO:

É esse tipo de "atração" que a TV Globo oferece ao seu público como principal programa do verão. Eu prefiro ler um livro ou assistir um bom filme. E o mais legal é ver que o Ripardo escreve matérias GLS, então não há aqui nenhuma homofobia, apenas um texto inteligente de quem enxerga a verdade.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Record garante crescimento de audiência e Globo cai, diz Ibope

Uma pesquisa realizada recentemente pelo Ibope/NetRatings, envolvendo medições realizadas na Grande São Paulo, aponta o crescimento e a perda de audiência das principais emissoras do País no ano de 2007. O estudo foi realizado na faixa horária das 7h às 24h, e os resultados surpreendem o público e as grandes emissoras.
A Record foi a emissora que marcou maior índice de crescimento de audiência: 18% em relação a 2006. Segundo Ricardo da Frota, gerente de comunicação da emissora, em nível nacional, o canal de Edir Macedo chegou a registrar um índice de 29% de aumento de audiência em 2007.
Com o objetivo de continuar crescendo, a Record pretende investir em todos os gêneros de programa, como a teledramaturgia, entretenimento e séries de TV, além de compras de grandes sucessos do cinema.
A TV Bandeirantes também cresceu e chegou a um ibope 10% maior do que as médias conquistadas em 2006. A emissora comemora os resultados conquistados em 2007, principalmente pela volta das transmissões de campeonatos de futebol. A assessoria destaca, ainda, o sucesso do jornalismo, principalmente dos telejornais "Jornal da Band" e "Brasil Urgente".
Já o SBT foi o canal que mais perdeu público, segundo a pesquisa do Ibope: 16% de seus telespectadores migraram para outras emissoras. Procurada pelo Portal IMPRENSA, a assessoria do SBT não quis comentar o assunto.
Ainda líder nacional de audiência, a TV Globo registrou queda de 13%, segundo índices do Ibope. A assessoria da TV Globo afirmou desconhecer esse estudo do Ibope, mas destacou manter a preferência entre os telespectadores. "Audiência é um assunto que deve ser trabalhado com muito critério, pois quanto menor a audiência de uma emissora, maior a proporcionalidade de seu crescimento, mesmo que ele não seja significativo", explica a emissora em resposta ao Portal IMPRENSA.

MEU COMENTÁRIO:

“Rede Globo = Fábrica de Mentiras”

A rede globo construiu seu domínio durante o regime militar. Foi completamente alinhada com os ditadores brasileiros, o que a fez chegar a índices de audiência estratosféricos. Hoje ela enfrenta a concorrência da LIBERDADE. e suas mentiras caem por terra. O tão alardeado Padrão Globo de qualidade é uma das maiores mentiras plantadas pela globo. Basta ter um pouco de conhecimento, assistir a canais de TV do exterior para se ver que isso não passa de balela. A transmissão de futebol da globo, que ela tanto diz q é uma das melhores do mundo é um LIXO. A pior transmissão de futebol é a da globo. Basta assistir futebol por exemplo na ESPN ou na ESPN brasil, onde PRIMEIRAMENTE vc ouve o ruído real da torcida, que é parte do espetáculo. Escuta comentaristas que TEM OPINIÃO, e que ENTENDEM REALMENTE DO ASSUNTO.

Vamos ver se a globo não vai dar um novo GOLPE com o projeto que tramita no congresso (reservando 50% da programação da TV paga a conteudo nacional) para aumentar seu monopólio, visto que ela praticamente aniquilou os concorrentes da TV paga, comprando todas as outras empresas.

O fim está próximo, mas a Rede Record tb não me anima muito. Começa imitando a Globo, no que tem de bom e no que tem de ruim. Que escolha meu Deus. E no fim das contas, a TV aberta NÃO CUMPRE O Q DETERMINA A CONSTITUIÇÃO, que é oferecer uma programação voltada à cultura, conteúdos educativos, de cunho social e comunitário.

Fico mesmo é com a Rede Cultura, a única televisão que respeita e leva o telespectador a sério.

Caio Calazans - 11/01/2008 09:58

terça-feira, janeiro 01, 2008

Feliz 2008

Que 2008 seja um ano onde possamos ser menos egoístas,
mais solidários, menos materialistas.

Possamos nos preocupar mais com o nosso planeta,
entender melhor o nosso papel dentro dele e como ele depende de nós para viver,

Que possamos ser mais vigilantes e exigir mais dos nossos políticos,
pois bem ou mal, eles estão lá porque nós quisemos.

Que possamos não nos acomodar com a baixaria e a falta de cultura,
com o desinteresse da nossa mídia com a educação do nosso povo.

Que entendamos que temos direitos e deveres e não adianda botar a culpa no governo,
nos políticos, na polícia, na justiça, no vizinho.

Que possa ser um ano com mais paz, amor e alegria para todos.

Falta muito para q nossa terra entre nos trilhos, bem mais do q muita gente pensa... mas temos q saber que essa conquista começará por nós mesmos.

um grande abraço.

sábado, dezembro 22, 2007

CPMF ou não... eis a questão.

Eu sinceramente não sei o que pensar sobre o fim da CPMF. Considerava o imposto o único imposto justo desse país, onde todos, não importando sua faixa social pagavam.

Mas tem a outra ponta. O dinheiro ia pra saúde? Ia pra Educação? Não.

Então tem o contra da gastança publica, como tudo nesse país. Nenhum imposto nesse país é DE FATO investido em saúde, educação, infra-estrutura (somente em obras superfaturadas).

Que se termine a CPMF, que não se institua outro imposto para cobrir o "rombo", e que acima de tudo, se aprenda a controlar os gastos do governo.

Infelizmente, conhecendo o Brasil como eu conheço... acho muito difícil.

terça-feira, julho 10, 2007

Shine...

Lembre-se de quando você era jovem
Você brilhava como o sol
Continue a brilhar, louco diamante
Agora há um olhar em teu rosto
Como buracos negros no céu
Continue a brilhar, louco diamante
Você foi pego no fogo cruzado
Entre a infância e o estrelato
Arrastado pela brisa de aço
Vamos, alvo de risos distantes
Vamos, estranho, lenda,
Mártir, e brilhe!
Você buscou alcançar o segredo cedo demais
Você quis o impossível
Continue a brilhar, louco diamante
Ameaçado pelas sombras á noite
E exposto á luz
Continue a brilhar, louco diamante
Bem, você desgastou suas boas-vindas
Com precisão a esmo
Cavalgou a brisa de aço
Vamos, festeiro, visionário
Vamos, pintor, tocador de gaita,
prisioneiro, brilhe!

quarta-feira, junho 27, 2007

A Guerra pela Água já Começa na Ásia.

Brahma Chellaney
Em Nova Déli

A competição que se acirra na Ásia por fontes de energia obscureceu outro perigo: a falta de água em grande parte da Ásia está se tornando uma ameaça à rápida modernização econômica.

A água surgiu como questão chave que pode determinar se a Ásia se dirige para a cooperação ou para a competição. Nenhum país influenciaria essa direção mais do que a China, que controla o platô tibetano, fonte da maior parte dos principais rios da Ásia. As vastas geleiras do Tibet e alta altitude dotaram-no com os maiores sistemas de rios do mundo. Seus rios são fonte de vida para os dois países mais populosos do mundo - China e Índia - assim como Bangladesh, Mianmar, Butão, Nepal, Camboja, Paquistão, Laos, Tailândia e Vietnã. Esses países englobam 47% da população mundial.

Ainda assim, a Ásia é um continente deficiente de água. Apesar de abrigar mais da metade da população humana, a Ásia tem menos água doce - 3.920 metros cúbicos por pessoa - do que qualquer continente, com exceção da Antártica.

A disputa por recursos hídricos na Ásia foi reforçada pela disseminação da agricultura irrigada, indústrias intensivas no uso de água e pelo crescimento da classe média, que quer confortos que consomem água, como máquinas de lavar roupa e louça.

O consumo doméstico na Ásia está crescendo rapidamente, apesar de várias economias importantes sofrerem com grave falta de água.

O espectro de guerras por água na Ásia também está sendo ressaltado pela mudança climática e pela degradação ambiental na forma do encolhimento de florestas e pântanos, o que promove ciclos crônicos de alagamentos e secas. O derretimento da neve do Himalaia, que alimenta os grandes rios da Ásia, pode ser acelerado pelo aquecimento global.

Enquanto a briga no compartilhamento de água dentro das nações se tornou mais comum em vários países asiáticos, desde a Índia e Paquistão ao Sudeste asiático e a China - é o potencial conflito entre as nações por recursos hídricos que deve gerar maior preocupação.

Essas preocupações nascem das tentativas chinesas de represar ou redirecionar o fluxo para o Sul de rios do platô tibetano, ponto de início do Indus, Mekong, Yangtze, Yellow, Salween, Brahamaputra, Karnali e Sutlej. Entre os grandes rios da Ásia, apenas o Ganges começa do lado indiano dos Himalaias.

A disponibilidade desigual de água dentro de algumas nações gerou idéias grandiosas - desde ligar rios na Índia até desviar o Brahmaputra para o Norte, para alimentar as áreas áridas do interior da China. O conflito entre os países, entretanto, surgirá quando uma idéia for traduzida em ação para beneficiar um país às custas de um vizinho.

Com a intensificação da falta de água no Norte devido à agricultura intensiva, a China cada vez mais volta sua atenção para as abundantes reservas do platô tibetano. Ela represou rios, não só para produzir energia elétrica, mas também para canalizar as águas para irrigação e outros propósitos e atualmente está estudando projetos imensos de transferência de água entre bacias e rios.

Depois de concluir duas represas, a China está construindo ao menos três mais no Mekong, gerando reações apaixonadas no Vietnã, Laos, Camboja e Tailândia. Vários projetos chineses no centro-oeste tibetano têm efeitos no fluxo de água dos rios para a Índia, mas Pequim reluta em compartilhar informações.

Tendo contaminado extensivamente seus principais rios pela industrialização desenfreada, a China agora ameaça a viabilidade ecológica dos sistemas hídricos ligados ao Sul e ao Sudeste asiático em seu esforço para suprir sua sede por água e energia. O Grande Projeto de Transferência de Água Sul-Norte, que desviaria águas de rios tibetanos, tem o apoio do presidente Hu Jintao, especialista em hidrologia. A primeira fase desse projeto pede a construção de 300 km de túneis e canais para tirar água dos rios Jinsha, Yalong e Dadu, no limite oriental do platô tibetano.

Na segunda fase, as águas do Brahmaputra poderiam ser desviadas para o Norte, o que seria uma declaração de guerra pela água para a Índia e Bangladesh a jusante. De fato, Pequim identificou a curva onde o Brahmaputra forma o mais longo e profundo cânion do mundo antes de entrar na Índia como detendo as reservas maiores não utilizadas para suprir suas necessidades de água e energia.

O futuro das reservas de água do platô tibetano está ligado à conservação ecológica. Enquanto a fome da China por commodities primárias cresceu, assim também a exploração dos recursos do Tibet.

E enquanto a falta de água intensifica-se em várias importantes cidades da China, um grupo de ex-autoridades defende o redirecionamento das águas do Brahamaputra para o Norte, em um livro chamado "Tibet's Waters Will Save China" (As águas do Tibet salvarão a China).
Grandes projetos de hidrologia e a exploração irresponsável de recursos minerais já ameaçam os frágeis ecossistemas tibetanos, com operações de mineração começando a contaminar as fontes de água.

Enquanto a China parece decidida a perseguir agressivamente projetos de exploração de rios que cruzam nações, a prevenção de guerras por água exige uma estrutura de cooperação entre nações asiáticas que trabalhe pela propriedade comum dos recursos.
Brahma Chellaney, professor de estudos estratégicos do Centro de Pesquisa privado de Política em Nova Deli, é autor de "Asian Juggernaut: The Rise of China, India and Japan" (O super-poder asiático: o crescimento da China, Índia e Japão).

Tradução: Deborah Weinberg

Texto colhido no Herald Tribune.

quarta-feira, maio 16, 2007

T.I.T.A.

Um sorriso pra deitar, pra dormir, pra sonhar...
pra se sentir abraçado e quente, pra se sentir querido, amado.
Um sorriso que te pega por todos os lados com aquela alegria
um sorriso de rainha, de mulher, de dama, de menina...

Um olhar pra se perder, pra se achar, pra se amar..
às vezes negro e profundo como uma noite estrelada que hipnotiza
às vezes castanho, jovem, quase em fogo, quase vinho, apaixonante...
Um olhar pra se esquecer de tudo, de todos e só lembrar que vc está ali.

Uma voz que embala até o mais pobre dos sonhos...
voz de menina, voz de mulher, voz de sonho.
aquela q entra pelo ouvido e te embala nos braços
te carregando por entre seus mais belos sonhos... em êxtase.

Assim é vc...
sem médias, poréns, sem obséquios..
Assim é vc... linda, como nos meus sonhos.
e eu vou continuar aqui... de longe.

Caçando a minha felicidade e o meu amor
correndo e sonhando nas estradas escuras dos seus cabelos negros.

terça-feira, maio 08, 2007

A Racionalização irracional dos Racionais.

Há muito tempo tenho o desejo de escrever sobre os Racionais MC´s. Conheço o trabalho deles desde mais novo, desde os primeiros discos, totalmente independente, precário e yourself-made.

Hoje os Racionais MC´s se transformaram em fenômeno das periferias. Lá onde o Estado não chega, ou qdo chega, oprime, espreme e mata as centelhas de esperança do ser humano.

Não há como negar a qualidade do trabalho deles, sempre foram muito bons. Bem acima da média no que diz respeito ao cenário hip-hop/Rap no Brasil.

Mas algumas perguntas sempre permearam meus pensamentos a respeito não só dos Racionais como também de outros artistas que também se auto-intitulam contestadores:

1- Qual o esforço e as sugestões mostradas para que algo mude?

2- Quais são as verdadeiras idéias que se defende?

3- Desde quando o fato de não aparecer na mídia deixou de ser atitude e se transformou em oportunismo?

4- Desde quando o fato de não aparecer na grande mídia se relaciona com a impossibilidade de aceitar o "de fora"?

5- Porque quem reclama tanto do preconceito não consegue aceitar "o de fora"?

6- Como conciliar um "discurso" que glamouriza o crime com uma reclamação constante de justiça?

7- Qual a alternativa proposta pelos Racionais?

São perguntas simples, mas para as quais até agora não encontrei resposta.

Por isso acredito que o que aconteceu na praça da Sé no domingo era inevitável. Os Racionais, assim como seus fãs acreditam num país onde o criminoso é o herói e a polícia não existe.

Pois é... a polícia existe (para o bem e para o mal), e ela não deixará de existir. Não só ela como todas as instituições que fazem um trabalho péssimo ou bom. Quando é que haverá um pouco mais de tolerância, sugestões e pensamento positivo para que algum tipo de transformação possa começar a ocorrer?

Na marra, na violência, nas críticas e na defesa de um "Neo-Apartheid" é que isso não vai acontecer. Uma repórter da folha publicou que Mano Brown dizia ao público da praça da Sé: "Vamos ignorar a polícia, a festa é nossa!".

Se ele realmente disse isso eu não sei, mas analisando o histórico, é bem provavel. E uma atitude de total falta de responsabilidade.

Estava mais do que na cara que iria acontecer o que aconteceu.

Não vai aqui nenhuma defesa à polícia ou qualquer instituição. Vai aqui a crítica a um dos grupos mais importantes da música brasileira atual, que precisa rever seus conceitos.

Até quando o conteúdo do trabalho dos Racionais vai ser somente crime, periferia, tênis importado, carrão e correntão de ouro na capa do CD??

Quando é que vai haver alguma atitude deles no sentido de mudar alguma coisa?

Posso estar falando um monte de merda, mas é a minha opinião.

Criticar é muito fácil, encher as letras de sangue e balas zunindo é igualmente fácil. Mas onde é que está o conteúdo disso? o fundo? Qual o propósito?

Infelizmente, para os Racionais MC´s o propósito hoje é nenhum.

terça-feira, maio 01, 2007

Porque o Corinthians caiu para a segunda divisão.

O que parecia impossível aconteceu, o clube mais apaixonante do mundo caiu para a segunda divisão. A torcida mais apaixonada, mais fiel, capaz de feitos impressionantes como dividir o Maracanã com a torcida daquele time lá do Rio em 76 ou então vencer o Mundial da FIFA em 2000 levando 30 mil fiéis ao Maracanã.

Hoje estamos aqui, na segunda divisão, a MSI abandonou o barco e deixou 200 milhões de dólares em dívidas. O Corinthians se vê obrigado a trabalhar com jogadores da base, mesclados com contratações simplórias, pois não há dinheiro em caixa. As promessas de Kia Joorabchian, Boris Berezovski, estádio, contratações milionárias acabaram. O corinthiano, assim como o Corinthians de hoje é mais uma vez motivo de piada.

O verdadeiro porquê de toda essa queda tem várias explicações. A começar com uma administração de "padaria", onde conselheiros tem participações em jogadores, empresários tem via preferencial dentro do clube, contas escandalosas são aprovadas sem nenhum tipo de auditoria.

A administração de Alberto Dualib só foi vencedora em termos de títulos no futebol. Mas venceu sem competência. Em 14 anos de Corinthians, ele nos deixou sem estádio, sem Centro de Treinamentos, sem Libertadores e com as maiores dívidas da história do clube.

São mais de 14 anos de uma administração obscura, incompetente e mentirosa. Uma administração que usa da imprensa para criar factóides (como os inúmeros acordos com Nilmar ou o caso Vágner Love), que nomeia gente sem nenhuma identificação com o clube para representá-lo (Renato Duprat), uma administração ultrapassada, fora da modernidade que o profissionalismo no futebol de hoje exige.

Uma administração que causou o maior mal da história do Corinthians: vendeu o clube a um desconhecido.

Essa foi a maior prova do quão amadores são as pessoas que dirigem um dos maiores clubes do mundo. Assinar um contrato de 10 anos com uma empresa que não existia, cujo dono/presidente/investidor era um perfeito desconhecido, com suspeitas pelos 4 cantos do mundo nas costas. E o Sr. Alberto Dualib entregou o controle do futebol a essas pessoas. O que aconteceu depois, infelizmente já se sabe.

Mas não recai somente sobre as costas do presidente a culpa sobre o atual momento do Corinthians, hoje na segunda divisão. A oposição é igualmente viciada pela administração amadora. Gente que hoje é oposição, ontem andava de mãos dadas com Dualib. Não existe renovação no Corinthians, são sempre as mesmas pessoas, as mesmas famílias, as mesmas oligarquias no controle do clube.

E um dos maiores problemas é a "torcida". O maior absurdo que existe no Corinthians é o poder que se é dado para a "torcida", que tem direito de entrar em treino, vestiário, se reúne com presidente, com técnico e com jogadores. Ampliando o esquema "padaria" de administrar.

Coloco entre aspas a palavra torcida por uma simples constatação: a Gaviões da Fiel NÃO REPRESENTA A TORCIDA DO CORINTHIANS! Uma torcida que tem 100 mil sócios não pode representar uma torcida de 30 milhões de pessoas. Até quando meia dúzia de delinquentes vão ter o direito de falar em detrimento da maioria da torcida corinthiana?

Até quando o Corinthians vai trabalhar como clube pequeno, procurando agradar a essa meia dúzia de "torcedores" e se esquecendo de criar um plano de marketing DECENTE para atingir os outros milhões de torcedores?

Até quando seremos obrigados a ver as mesmas oligarquias brigando com unhas e dentes pelo poder dentro, deixando de lado as prioridades do Corinthians?

Até quando torcida organizada vai ter os portões abertos dentro do Corinthians?

O Corinthians precisa de renovação, precisa de gente séria, profissional, precisa de gente que pense grande, precisa de planejamento e estratégia de marketing, precisa de um estádio para ajudar a aqdquirir uma maior independência financeira.

Até quando vão desmoralizar nossa eterna paixão?

Ass.: Corinthiano, maloqueiro e sofredor... Graças a Deus!

1º de Janeiro de 2008.

segunda-feira, abril 23, 2007

Lições de Virginia Tech

TERÇA-FEIRA PASSADA , Cho Seung-hui, estudante sul-coreano de 23 anos, cuja família se estabelecera em 1992 nos EUA, matou a tiros, entre colegas e professores, 32 pessoas no Instituto Politécnico da Virgínia (Virginia Tech), onde estudava Letras. Por que o rapaz, armado com duas pistolas que adquirira, perpetrou esse massacre e como isso foi possível?

A resposta é simples, óbvia e só não a aceitam aqueles que se deixaram voluntariamente cegar por algum tipo de propaganda maliciosa.É fácil adquirir armas de fogo nos Estados Unidos, bem mais do que na Europa e no Brasil. Armas, como se sabe, matam (como, aliás, caminhões cheios de fertilizante, bombas caseiras, facões etc.). Um homicida atacadista sempre vai dispor ali das ferramentas necessárias para realizar seu trabalho. Além disso, como na Virginia Tech as armas eram rigorosamente proibidas, nenhuma das vítimas potenciais dispunha dos meios para se defender de alguém disposto a transgredir as leis e as normas locais. Caso algum estudante estivesse armado, ele poderia ter parado o assassino.

As escolas e universidades norte-americanas são competitivas, voltadas para o mercado. Os alunos são, desde cedo, qualificados como "winners" (vencedores) ou "losers" (perdedores), e estes últimos amargam o desprezo, seja das instituições, seja dos colegas. A pressão é insuportável e, hora dessas, a corda arrebenta. Convém mencionar também que, nos EUA, os universitários são crianças mimadas que, não mais submetidas à disciplina e às exigências rigorosas de antigamente, vivem numa redoma artificial de bem-estar na qual os administradores fazem de tudo para que ninguém se sinta diminuído diante dos outros. Os sentimentos de todas as minorias, de quem quer que tenha uma reclamação, são protegidos pela imposição da correção política e, portanto, os jovens nunca estão preparados para enfrentar o mundo real.

Como a sociedade mais injusta, imperialista, militarista e violenta que já existiu, a americana é o caldo de cultura da violência individual, violência esta encorajada pelos meios de comunicação, videogames e pela ideologia do país. Jovens facilmente influenciáveis absorvem os valores oficiais e cometem barbaridades. Além disso, as instituições de ensino superior são verdadeiros centros de doutrinação anticapitalista e antiamericana, nos quais a democracia local é retratada como uma tirania. Professores, inclusive os de Letras, falam de culpa coletiva e pregam a destruição revolucionária do sistema. Alunos facilmente influenciáveis ouvem esse blábláblá e tomam a justiça nas próprias mãos.

Vale a pena acrescentar razões suplementares para o massacre. A guerra do Iraque, que legitimou a violência. Os protestos contra a guerra do Iraque, que indispuseram os americanos entre si. A repressão sexual, que canaliza a testosterona rumo a opções perigosas. A licença sexual, que leva aqueles que não se dão muito bem neste jogo a se tornarem rancorosos e vingativos. A discriminação de que são vítimas os imigrantes. O excesso de imigração, que não dá tempo aos recém-chegados de se adaptarem à cultura local. A miséria e a fome. A opulência e a obesidade. O aquecimento global.E quanto a Cho Seung-hui? Ele, afinal, era o verdadeiro culpado. Ele era, afinal, a vítima principal. Cho era um narcisista que queria aparecer. Cho era um introvertido que queria desaparecer. Ele era um maluco anti-social cujos próprios colegas previam que certo dia faria uma dessas. Era um rapaz normal, enlouquecido por um ambiente cruel e predatório. Era um herói, um mártir corajoso que, com seu sacrifício, ajudou a punir uma sociedade injusta.

Todas as explicações acima e muitas outras, às vezes em combinações complexas, podem ser achadas na imprensa, na internet, na mídia em geral. Alguma faz sentido? Talvez. Todas juntas? Só numa multiplicidade de universos paralelos. Se há pouco de sério a dizer sobre Cho e o massacre, a variedade quase infinita de enfoques e interpretações aponta, porém, para algo interessante.

Poucas coisas despertam tanto a curiosidade humana como o crime, principalmente os assassinatos em massa, os hediondos e os inexplicáveis. Cada indivíduo ou grupo os interpreta de maneira a que façam sentido na sua visão mais ampla de mundo, mas de modo também a que não a refutem nem contradigam. Como o mistério mais fascinante neste vale de lágrimas, nada revela tão bem as crenças e a ideologia de uma pessoa quanto o modo segundo o qual ele ou ela busca explicar a criminalidade em geral e, em particular, o homicídio.


Escrito por Nelson Ascher e publicado na Folha de São Paulo.

* Muita besteira se falou e se escreveu sobre o "massacre" em Virginia Tech, esse texto me parece um pouco mais consciente.

terça-feira, abril 10, 2007

Coisas & Coisas

Coisas que me irritam:

* Aquele vocalista semi analfabeto do CPM22 sempre gritando desafinadamente e sempre terminando os pobres refrões com pôrrrquêêê!!!
* Bandas novas que copiam grandes bandas achando q fazem algo original;
* Bandas novas que copiam cópias e dizem que as cópias são maravilhosas;
* Bandas novas que só tem visual e que se esquecem da música;
* Bandas novas que se esquecem do visual e pensam q música é somente técnica;
* A imensa quantidade de bandas que fazem exatamente o mesmo som;
* Vocalistas que não tem nenhuma técnica, mas acham q são bons;
* vocalistas que só usam a técnica e esquecem da interpretação;
* Fãs...
* Gente que fala de música sem conhecer bem do que fala;
* Gente que acha q vendagem significa boa música;
* Gente que acredita que o q toca na rádio é bom;
* Gente que acha q o Green Day é Punk;
* Gente que acredita que o punk está vivo;
* Gente que acredita que a MTV ainda é um canal de música.

Coisas que adoro:

* Artistas que não estão nem aí com o que a imprensa ou os fãs vão pensar do trabalho deles;
* Músicos que além de tocar bem, fazem músicas bonitas;
* Músicos que sabem que a técnica não é tudo na música;
* Bandas de rock que têm algo a dizer;
* Bandas de rock que não se preocupam em dizer alguma coisa, mas mesmo sem querer dizem;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na década de 90;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na década de 80;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na década de 70;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na década de 60;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na idade média;
* A pirataria de cds;
* Saber que apesar da grande maioria das bandas de rock brasileiras serem uma bosta, ainda existe gente fazendo coisa boa por aki;
* Saber que a música eletrônica existe para ajudar artistas a desenvolverem seu potencial criativo;
* Saber que posso baixar um CD pela internet para saber se é bom ou não, se gosto ou não e depois comprá-lo;
* Saber que minha adolescência não foi na década de 80.

ééé, fazer o quê? Eu sou um pentelho mesmo... mas, todos nós temos os nossos defeitos.