sábado, dezembro 22, 2007

CPMF ou não... eis a questão.

Eu sinceramente não sei o que pensar sobre o fim da CPMF. Considerava o imposto o único imposto justo desse país, onde todos, não importando sua faixa social pagavam.

Mas tem a outra ponta. O dinheiro ia pra saúde? Ia pra Educação? Não.

Então tem o contra da gastança publica, como tudo nesse país. Nenhum imposto nesse país é DE FATO investido em saúde, educação, infra-estrutura (somente em obras superfaturadas).

Que se termine a CPMF, que não se institua outro imposto para cobrir o "rombo", e que acima de tudo, se aprenda a controlar os gastos do governo.

Infelizmente, conhecendo o Brasil como eu conheço... acho muito difícil.

terça-feira, julho 10, 2007

Shine...

Lembre-se de quando você era jovem
Você brilhava como o sol
Continue a brilhar, louco diamante
Agora há um olhar em teu rosto
Como buracos negros no céu
Continue a brilhar, louco diamante
Você foi pego no fogo cruzado
Entre a infância e o estrelato
Arrastado pela brisa de aço
Vamos, alvo de risos distantes
Vamos, estranho, lenda,
Mártir, e brilhe!
Você buscou alcançar o segredo cedo demais
Você quis o impossível
Continue a brilhar, louco diamante
Ameaçado pelas sombras á noite
E exposto á luz
Continue a brilhar, louco diamante
Bem, você desgastou suas boas-vindas
Com precisão a esmo
Cavalgou a brisa de aço
Vamos, festeiro, visionário
Vamos, pintor, tocador de gaita,
prisioneiro, brilhe!

quarta-feira, junho 27, 2007

A Guerra pela Água já Começa na Ásia.

Brahma Chellaney
Em Nova Déli

A competição que se acirra na Ásia por fontes de energia obscureceu outro perigo: a falta de água em grande parte da Ásia está se tornando uma ameaça à rápida modernização econômica.

A água surgiu como questão chave que pode determinar se a Ásia se dirige para a cooperação ou para a competição. Nenhum país influenciaria essa direção mais do que a China, que controla o platô tibetano, fonte da maior parte dos principais rios da Ásia. As vastas geleiras do Tibet e alta altitude dotaram-no com os maiores sistemas de rios do mundo. Seus rios são fonte de vida para os dois países mais populosos do mundo - China e Índia - assim como Bangladesh, Mianmar, Butão, Nepal, Camboja, Paquistão, Laos, Tailândia e Vietnã. Esses países englobam 47% da população mundial.

Ainda assim, a Ásia é um continente deficiente de água. Apesar de abrigar mais da metade da população humana, a Ásia tem menos água doce - 3.920 metros cúbicos por pessoa - do que qualquer continente, com exceção da Antártica.

A disputa por recursos hídricos na Ásia foi reforçada pela disseminação da agricultura irrigada, indústrias intensivas no uso de água e pelo crescimento da classe média, que quer confortos que consomem água, como máquinas de lavar roupa e louça.

O consumo doméstico na Ásia está crescendo rapidamente, apesar de várias economias importantes sofrerem com grave falta de água.

O espectro de guerras por água na Ásia também está sendo ressaltado pela mudança climática e pela degradação ambiental na forma do encolhimento de florestas e pântanos, o que promove ciclos crônicos de alagamentos e secas. O derretimento da neve do Himalaia, que alimenta os grandes rios da Ásia, pode ser acelerado pelo aquecimento global.

Enquanto a briga no compartilhamento de água dentro das nações se tornou mais comum em vários países asiáticos, desde a Índia e Paquistão ao Sudeste asiático e a China - é o potencial conflito entre as nações por recursos hídricos que deve gerar maior preocupação.

Essas preocupações nascem das tentativas chinesas de represar ou redirecionar o fluxo para o Sul de rios do platô tibetano, ponto de início do Indus, Mekong, Yangtze, Yellow, Salween, Brahamaputra, Karnali e Sutlej. Entre os grandes rios da Ásia, apenas o Ganges começa do lado indiano dos Himalaias.

A disponibilidade desigual de água dentro de algumas nações gerou idéias grandiosas - desde ligar rios na Índia até desviar o Brahmaputra para o Norte, para alimentar as áreas áridas do interior da China. O conflito entre os países, entretanto, surgirá quando uma idéia for traduzida em ação para beneficiar um país às custas de um vizinho.

Com a intensificação da falta de água no Norte devido à agricultura intensiva, a China cada vez mais volta sua atenção para as abundantes reservas do platô tibetano. Ela represou rios, não só para produzir energia elétrica, mas também para canalizar as águas para irrigação e outros propósitos e atualmente está estudando projetos imensos de transferência de água entre bacias e rios.

Depois de concluir duas represas, a China está construindo ao menos três mais no Mekong, gerando reações apaixonadas no Vietnã, Laos, Camboja e Tailândia. Vários projetos chineses no centro-oeste tibetano têm efeitos no fluxo de água dos rios para a Índia, mas Pequim reluta em compartilhar informações.

Tendo contaminado extensivamente seus principais rios pela industrialização desenfreada, a China agora ameaça a viabilidade ecológica dos sistemas hídricos ligados ao Sul e ao Sudeste asiático em seu esforço para suprir sua sede por água e energia. O Grande Projeto de Transferência de Água Sul-Norte, que desviaria águas de rios tibetanos, tem o apoio do presidente Hu Jintao, especialista em hidrologia. A primeira fase desse projeto pede a construção de 300 km de túneis e canais para tirar água dos rios Jinsha, Yalong e Dadu, no limite oriental do platô tibetano.

Na segunda fase, as águas do Brahmaputra poderiam ser desviadas para o Norte, o que seria uma declaração de guerra pela água para a Índia e Bangladesh a jusante. De fato, Pequim identificou a curva onde o Brahmaputra forma o mais longo e profundo cânion do mundo antes de entrar na Índia como detendo as reservas maiores não utilizadas para suprir suas necessidades de água e energia.

O futuro das reservas de água do platô tibetano está ligado à conservação ecológica. Enquanto a fome da China por commodities primárias cresceu, assim também a exploração dos recursos do Tibet.

E enquanto a falta de água intensifica-se em várias importantes cidades da China, um grupo de ex-autoridades defende o redirecionamento das águas do Brahamaputra para o Norte, em um livro chamado "Tibet's Waters Will Save China" (As águas do Tibet salvarão a China).
Grandes projetos de hidrologia e a exploração irresponsável de recursos minerais já ameaçam os frágeis ecossistemas tibetanos, com operações de mineração começando a contaminar as fontes de água.

Enquanto a China parece decidida a perseguir agressivamente projetos de exploração de rios que cruzam nações, a prevenção de guerras por água exige uma estrutura de cooperação entre nações asiáticas que trabalhe pela propriedade comum dos recursos.
Brahma Chellaney, professor de estudos estratégicos do Centro de Pesquisa privado de Política em Nova Deli, é autor de "Asian Juggernaut: The Rise of China, India and Japan" (O super-poder asiático: o crescimento da China, Índia e Japão).

Tradução: Deborah Weinberg

Texto colhido no Herald Tribune.

quarta-feira, maio 16, 2007

T.I.T.A.

Um sorriso pra deitar, pra dormir, pra sonhar...
pra se sentir abraçado e quente, pra se sentir querido, amado.
Um sorriso que te pega por todos os lados com aquela alegria
um sorriso de rainha, de mulher, de dama, de menina...

Um olhar pra se perder, pra se achar, pra se amar..
às vezes negro e profundo como uma noite estrelada que hipnotiza
às vezes castanho, jovem, quase em fogo, quase vinho, apaixonante...
Um olhar pra se esquecer de tudo, de todos e só lembrar que vc está ali.

Uma voz que embala até o mais pobre dos sonhos...
voz de menina, voz de mulher, voz de sonho.
aquela q entra pelo ouvido e te embala nos braços
te carregando por entre seus mais belos sonhos... em êxtase.

Assim é vc...
sem médias, poréns, sem obséquios..
Assim é vc... linda, como nos meus sonhos.
e eu vou continuar aqui... de longe.

Caçando a minha felicidade e o meu amor
correndo e sonhando nas estradas escuras dos seus cabelos negros.

terça-feira, maio 08, 2007

A Racionalização irracional dos Racionais.

Há muito tempo tenho o desejo de escrever sobre os Racionais MC´s. Conheço o trabalho deles desde mais novo, desde os primeiros discos, totalmente independente, precário e yourself-made.

Hoje os Racionais MC´s se transformaram em fenômeno das periferias. Lá onde o Estado não chega, ou qdo chega, oprime, espreme e mata as centelhas de esperança do ser humano.

Não há como negar a qualidade do trabalho deles, sempre foram muito bons. Bem acima da média no que diz respeito ao cenário hip-hop/Rap no Brasil.

Mas algumas perguntas sempre permearam meus pensamentos a respeito não só dos Racionais como também de outros artistas que também se auto-intitulam contestadores:

1- Qual o esforço e as sugestões mostradas para que algo mude?

2- Quais são as verdadeiras idéias que se defende?

3- Desde quando o fato de não aparecer na mídia deixou de ser atitude e se transformou em oportunismo?

4- Desde quando o fato de não aparecer na grande mídia se relaciona com a impossibilidade de aceitar o "de fora"?

5- Porque quem reclama tanto do preconceito não consegue aceitar "o de fora"?

6- Como conciliar um "discurso" que glamouriza o crime com uma reclamação constante de justiça?

7- Qual a alternativa proposta pelos Racionais?

São perguntas simples, mas para as quais até agora não encontrei resposta.

Por isso acredito que o que aconteceu na praça da Sé no domingo era inevitável. Os Racionais, assim como seus fãs acreditam num país onde o criminoso é o herói e a polícia não existe.

Pois é... a polícia existe (para o bem e para o mal), e ela não deixará de existir. Não só ela como todas as instituições que fazem um trabalho péssimo ou bom. Quando é que haverá um pouco mais de tolerância, sugestões e pensamento positivo para que algum tipo de transformação possa começar a ocorrer?

Na marra, na violência, nas críticas e na defesa de um "Neo-Apartheid" é que isso não vai acontecer. Uma repórter da folha publicou que Mano Brown dizia ao público da praça da Sé: "Vamos ignorar a polícia, a festa é nossa!".

Se ele realmente disse isso eu não sei, mas analisando o histórico, é bem provavel. E uma atitude de total falta de responsabilidade.

Estava mais do que na cara que iria acontecer o que aconteceu.

Não vai aqui nenhuma defesa à polícia ou qualquer instituição. Vai aqui a crítica a um dos grupos mais importantes da música brasileira atual, que precisa rever seus conceitos.

Até quando o conteúdo do trabalho dos Racionais vai ser somente crime, periferia, tênis importado, carrão e correntão de ouro na capa do CD??

Quando é que vai haver alguma atitude deles no sentido de mudar alguma coisa?

Posso estar falando um monte de merda, mas é a minha opinião.

Criticar é muito fácil, encher as letras de sangue e balas zunindo é igualmente fácil. Mas onde é que está o conteúdo disso? o fundo? Qual o propósito?

Infelizmente, para os Racionais MC´s o propósito hoje é nenhum.

terça-feira, maio 01, 2007

Porque o Corinthians caiu para a segunda divisão.

O que parecia impossível aconteceu, o clube mais apaixonante do mundo caiu para a segunda divisão. A torcida mais apaixonada, mais fiel, capaz de feitos impressionantes como dividir o Maracanã com a torcida daquele time lá do Rio em 76 ou então vencer o Mundial da FIFA em 2000 levando 30 mil fiéis ao Maracanã.

Hoje estamos aqui, na segunda divisão, a MSI abandonou o barco e deixou 200 milhões de dólares em dívidas. O Corinthians se vê obrigado a trabalhar com jogadores da base, mesclados com contratações simplórias, pois não há dinheiro em caixa. As promessas de Kia Joorabchian, Boris Berezovski, estádio, contratações milionárias acabaram. O corinthiano, assim como o Corinthians de hoje é mais uma vez motivo de piada.

O verdadeiro porquê de toda essa queda tem várias explicações. A começar com uma administração de "padaria", onde conselheiros tem participações em jogadores, empresários tem via preferencial dentro do clube, contas escandalosas são aprovadas sem nenhum tipo de auditoria.

A administração de Alberto Dualib só foi vencedora em termos de títulos no futebol. Mas venceu sem competência. Em 14 anos de Corinthians, ele nos deixou sem estádio, sem Centro de Treinamentos, sem Libertadores e com as maiores dívidas da história do clube.

São mais de 14 anos de uma administração obscura, incompetente e mentirosa. Uma administração que usa da imprensa para criar factóides (como os inúmeros acordos com Nilmar ou o caso Vágner Love), que nomeia gente sem nenhuma identificação com o clube para representá-lo (Renato Duprat), uma administração ultrapassada, fora da modernidade que o profissionalismo no futebol de hoje exige.

Uma administração que causou o maior mal da história do Corinthians: vendeu o clube a um desconhecido.

Essa foi a maior prova do quão amadores são as pessoas que dirigem um dos maiores clubes do mundo. Assinar um contrato de 10 anos com uma empresa que não existia, cujo dono/presidente/investidor era um perfeito desconhecido, com suspeitas pelos 4 cantos do mundo nas costas. E o Sr. Alberto Dualib entregou o controle do futebol a essas pessoas. O que aconteceu depois, infelizmente já se sabe.

Mas não recai somente sobre as costas do presidente a culpa sobre o atual momento do Corinthians, hoje na segunda divisão. A oposição é igualmente viciada pela administração amadora. Gente que hoje é oposição, ontem andava de mãos dadas com Dualib. Não existe renovação no Corinthians, são sempre as mesmas pessoas, as mesmas famílias, as mesmas oligarquias no controle do clube.

E um dos maiores problemas é a "torcida". O maior absurdo que existe no Corinthians é o poder que se é dado para a "torcida", que tem direito de entrar em treino, vestiário, se reúne com presidente, com técnico e com jogadores. Ampliando o esquema "padaria" de administrar.

Coloco entre aspas a palavra torcida por uma simples constatação: a Gaviões da Fiel NÃO REPRESENTA A TORCIDA DO CORINTHIANS! Uma torcida que tem 100 mil sócios não pode representar uma torcida de 30 milhões de pessoas. Até quando meia dúzia de delinquentes vão ter o direito de falar em detrimento da maioria da torcida corinthiana?

Até quando o Corinthians vai trabalhar como clube pequeno, procurando agradar a essa meia dúzia de "torcedores" e se esquecendo de criar um plano de marketing DECENTE para atingir os outros milhões de torcedores?

Até quando seremos obrigados a ver as mesmas oligarquias brigando com unhas e dentes pelo poder dentro, deixando de lado as prioridades do Corinthians?

Até quando torcida organizada vai ter os portões abertos dentro do Corinthians?

O Corinthians precisa de renovação, precisa de gente séria, profissional, precisa de gente que pense grande, precisa de planejamento e estratégia de marketing, precisa de um estádio para ajudar a aqdquirir uma maior independência financeira.

Até quando vão desmoralizar nossa eterna paixão?

Ass.: Corinthiano, maloqueiro e sofredor... Graças a Deus!

1º de Janeiro de 2008.

segunda-feira, abril 23, 2007

Lições de Virginia Tech

TERÇA-FEIRA PASSADA , Cho Seung-hui, estudante sul-coreano de 23 anos, cuja família se estabelecera em 1992 nos EUA, matou a tiros, entre colegas e professores, 32 pessoas no Instituto Politécnico da Virgínia (Virginia Tech), onde estudava Letras. Por que o rapaz, armado com duas pistolas que adquirira, perpetrou esse massacre e como isso foi possível?

A resposta é simples, óbvia e só não a aceitam aqueles que se deixaram voluntariamente cegar por algum tipo de propaganda maliciosa.É fácil adquirir armas de fogo nos Estados Unidos, bem mais do que na Europa e no Brasil. Armas, como se sabe, matam (como, aliás, caminhões cheios de fertilizante, bombas caseiras, facões etc.). Um homicida atacadista sempre vai dispor ali das ferramentas necessárias para realizar seu trabalho. Além disso, como na Virginia Tech as armas eram rigorosamente proibidas, nenhuma das vítimas potenciais dispunha dos meios para se defender de alguém disposto a transgredir as leis e as normas locais. Caso algum estudante estivesse armado, ele poderia ter parado o assassino.

As escolas e universidades norte-americanas são competitivas, voltadas para o mercado. Os alunos são, desde cedo, qualificados como "winners" (vencedores) ou "losers" (perdedores), e estes últimos amargam o desprezo, seja das instituições, seja dos colegas. A pressão é insuportável e, hora dessas, a corda arrebenta. Convém mencionar também que, nos EUA, os universitários são crianças mimadas que, não mais submetidas à disciplina e às exigências rigorosas de antigamente, vivem numa redoma artificial de bem-estar na qual os administradores fazem de tudo para que ninguém se sinta diminuído diante dos outros. Os sentimentos de todas as minorias, de quem quer que tenha uma reclamação, são protegidos pela imposição da correção política e, portanto, os jovens nunca estão preparados para enfrentar o mundo real.

Como a sociedade mais injusta, imperialista, militarista e violenta que já existiu, a americana é o caldo de cultura da violência individual, violência esta encorajada pelos meios de comunicação, videogames e pela ideologia do país. Jovens facilmente influenciáveis absorvem os valores oficiais e cometem barbaridades. Além disso, as instituições de ensino superior são verdadeiros centros de doutrinação anticapitalista e antiamericana, nos quais a democracia local é retratada como uma tirania. Professores, inclusive os de Letras, falam de culpa coletiva e pregam a destruição revolucionária do sistema. Alunos facilmente influenciáveis ouvem esse blábláblá e tomam a justiça nas próprias mãos.

Vale a pena acrescentar razões suplementares para o massacre. A guerra do Iraque, que legitimou a violência. Os protestos contra a guerra do Iraque, que indispuseram os americanos entre si. A repressão sexual, que canaliza a testosterona rumo a opções perigosas. A licença sexual, que leva aqueles que não se dão muito bem neste jogo a se tornarem rancorosos e vingativos. A discriminação de que são vítimas os imigrantes. O excesso de imigração, que não dá tempo aos recém-chegados de se adaptarem à cultura local. A miséria e a fome. A opulência e a obesidade. O aquecimento global.E quanto a Cho Seung-hui? Ele, afinal, era o verdadeiro culpado. Ele era, afinal, a vítima principal. Cho era um narcisista que queria aparecer. Cho era um introvertido que queria desaparecer. Ele era um maluco anti-social cujos próprios colegas previam que certo dia faria uma dessas. Era um rapaz normal, enlouquecido por um ambiente cruel e predatório. Era um herói, um mártir corajoso que, com seu sacrifício, ajudou a punir uma sociedade injusta.

Todas as explicações acima e muitas outras, às vezes em combinações complexas, podem ser achadas na imprensa, na internet, na mídia em geral. Alguma faz sentido? Talvez. Todas juntas? Só numa multiplicidade de universos paralelos. Se há pouco de sério a dizer sobre Cho e o massacre, a variedade quase infinita de enfoques e interpretações aponta, porém, para algo interessante.

Poucas coisas despertam tanto a curiosidade humana como o crime, principalmente os assassinatos em massa, os hediondos e os inexplicáveis. Cada indivíduo ou grupo os interpreta de maneira a que façam sentido na sua visão mais ampla de mundo, mas de modo também a que não a refutem nem contradigam. Como o mistério mais fascinante neste vale de lágrimas, nada revela tão bem as crenças e a ideologia de uma pessoa quanto o modo segundo o qual ele ou ela busca explicar a criminalidade em geral e, em particular, o homicídio.


Escrito por Nelson Ascher e publicado na Folha de São Paulo.

* Muita besteira se falou e se escreveu sobre o "massacre" em Virginia Tech, esse texto me parece um pouco mais consciente.

terça-feira, abril 10, 2007

Coisas & Coisas

Coisas que me irritam:

* Aquele vocalista semi analfabeto do CPM22 sempre gritando desafinadamente e sempre terminando os pobres refrões com pôrrrquêêê!!!
* Bandas novas que copiam grandes bandas achando q fazem algo original;
* Bandas novas que copiam cópias e dizem que as cópias são maravilhosas;
* Bandas novas que só tem visual e que se esquecem da música;
* Bandas novas que se esquecem do visual e pensam q música é somente técnica;
* A imensa quantidade de bandas que fazem exatamente o mesmo som;
* Vocalistas que não tem nenhuma técnica, mas acham q são bons;
* vocalistas que só usam a técnica e esquecem da interpretação;
* Fãs...
* Gente que fala de música sem conhecer bem do que fala;
* Gente que acha q vendagem significa boa música;
* Gente que acredita que o q toca na rádio é bom;
* Gente que acha q o Green Day é Punk;
* Gente que acredita que o punk está vivo;
* Gente que acredita que a MTV ainda é um canal de música.

Coisas que adoro:

* Artistas que não estão nem aí com o que a imprensa ou os fãs vão pensar do trabalho deles;
* Músicos que além de tocar bem, fazem músicas bonitas;
* Músicos que sabem que a técnica não é tudo na música;
* Bandas de rock que têm algo a dizer;
* Bandas de rock que não se preocupam em dizer alguma coisa, mas mesmo sem querer dizem;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na década de 90;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na década de 80;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na década de 70;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na década de 60;
* Pessoas que sabem que não estamos mais na idade média;
* A pirataria de cds;
* Saber que apesar da grande maioria das bandas de rock brasileiras serem uma bosta, ainda existe gente fazendo coisa boa por aki;
* Saber que a música eletrônica existe para ajudar artistas a desenvolverem seu potencial criativo;
* Saber que posso baixar um CD pela internet para saber se é bom ou não, se gosto ou não e depois comprá-lo;
* Saber que minha adolescência não foi na década de 80.

ééé, fazer o quê? Eu sou um pentelho mesmo... mas, todos nós temos os nossos defeitos.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

6 anos

Estava evitando escrever porque não agüento.

Não podia, não queria escrever sobre outra coisa, mas não conseguia falar sobre isso.
Fico afastando a história da cabeça porque é forte demais para minha resistência. Cada vez que penso, sinto enjôo, temo que minha cabeça vá explodir.

Choro por um milhão de bobagens, de carências, de expectativas não realizadas – e quando penso na mãe do João, choro de vergonha. Como posso me importar com tão pouco?

Como ela está agora, nesta madrugada de domingo? Como suporta o sofrimento tão brutal, a memória, a piedade, a compaixão, a existência, a dor? O horror, o horror?
Vivo me repetindo. Já escrevi muitas vezes sobre o horror. Eis que algo pior aparece, insuportável.

Botaram fogo em um carro com gente no porta-malas.
Botaram fogo em um ônibus com gente dentro.
E agora isso.
Não agüento pensar – e, para escrever, preciso.

Eu cansada, com sono, chateada, contrariada. Besteira, inutilidade. E a mãe do menino? Não paro de me assombrar.

Agora há pouco, na cama, me ocorreu que, para piorar a pior dor do mundo, ela deve se sentir culpada. Sei como é isso. Quando descobri a leucemia da minha filha, não conseguia evitar o pensamento torturante de que eu deveria ter desconfiado antes, levado ao hospital antes, investigado logo as benditas manchas roxas que não saravam. No fundo, junto com o medo-pavor de não dar certo, um monstro de culpa me engolia – eu podia, no meu vacilo, ter acabado com a vida dela.

Imagine essa mãe, se perguntando por que saí de casa, por que fui por ali, por que não fiz outro caminho, por que não saí mais cedo, por que peguei o menino, por que prendi o cinto, por que não consegui soltar o cinto...

Pelo amor de Deus.
Deus proteja, ampare, console, sustente essa mulher.

Deus, seja lá o que for que as pessoas acreditam que seja – um ser, uma possibilidade, o Bem, o amor, a essência pura de todas as coisas –, ilumine a humanidade perdida. A civilização fracassada. E não permita mais que uma pessoa viva 16, 18, 21 anos e depois desse tempo todo chegue ao ponto em que não tem a mínima preocupação, zelo, cuidado, respeito com a vida de outra, aflição com a dor de outra. Não permita nunca mais, meu Deus, que uma pessoa viva seis anos, seis anos só, seis longos anos, e depois de sentir dor e alegria, de acordar e dormir, de aprender a fazer as coisas sozinha, e fazer amigos, e pedir presentes, e querer brincar e não fazer lição, e ver TV e não ir para a cama, e desenhar e jogar bola, e ter curiosidade e medo e desejos e esperteza e um rosto e uma história, termine a vida dessa maneira.


Esse texto foi escrito pela ótima Soninha, uma das pouquíssimas pessoas relevantes que saíram da MTV.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Escrever o que?
quando a palavra não basta...
quando o silêncio não responde...
quando o olhar nada diz...

Pensar em que?
quando as saídas estão fechadas
quando as alternativas são obscuras
quando seu olhar não está aqui...

Fazer o que?
dilacerar meu peito
pensando num amor que ainda não foi embora..
pensando num amor que não aconteceu...
esperando um amor que não seja..

consertar o que precisa ser consertado
observar quando necessário
falar o necessário, a verdade... a minha verdade.
sonhar... sempre.

Corações foram feitos para serem despedaçados
o meu já se acostumou com isso... e eu aprendi... sempre.
mas aquele amor tá aqui... não apaga, não some, não sai
porque é verdadeiro.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Bloqueio Mental da Cicarelli atinge Juiz Brasileiro Temporariamente

É incrível como algumas coisas absurdas acontecem no nosso país. A simples maracutaia de uma pseudo-apresentadora-modelo-maria-chuteira-celebridade Daniela Cicarelli faz com que o seu bloqueio mental atinja um juiz, que tb inclinado a receber os louros da fama, CENSURA no mínimo 5 milhões de brasileiros do You Tube.

O You tube, é como tudo na internet. Tem sua parte boa e sua parte ruim, a parte ruim é como em todo o resto da rede: babacas e criminosos enchem a rede de merda (A grosso modo é isso).

Mas acontece que quando a ferramenta é boa, como é o caso do You Tube; a parte boa compensa a parte ruim. Os Benefícios são muito maiores do q os malefícios, apesar deles existirem.

É preciso o investimento para criar não o bloqueio, mas a rejeição de certo tipo de Material. Tem como fazer, mas não há interesse em fazê-lo, porque ninguém quer pagar para fazer isso. Mas isso não justifica bloquear o acesso geral por causa de uma ação. É a mesma coisa de vc proibir a venda da Coca-Cola no país inteiro porque alguns lotes da bebida estão com problemas.

CENSURAR 5 milhões de pessoas (chutando BEM por baixo), é uma atitude ditatorial, facista, nazista, incompetente, desinformada e tosca. Coisa de quem não tem idéia do que está fazendo. No mínimo esse juiz acessa a internet pra ver o site da OAB, seus processos, seu banco e email (isso se ele souber que o Paciência não é online). Ou seja, uma decisão completamente equivocada e lamentável.

Isso pq eu estou tentando ser ingênuo e não ousando afirmar com todas as letras, que o merítissimo estava o tempo todo querendo aparecer (Claro q estava. Pq de trouxa, eu talvez só tenha a cara).

Ainda bem que o internauta brasileiro tem PODER AQUISITIVO, FORMA OPINIÃO, VOTA, COMPRA.... aí negão, o buraco é BEM mais embaixo. E até o Juiz botou o rabinho entre as pernas e voltou atrás com uma declaração dizendo que foi bom pra ajudar na democracia brasileira o episódio e que bla bla bla.

Sobre Daniela Cicarelli, talvez você tenha caído na historinha dela na imprensa ontem: o Namorado (o dessa semana ou o da semana passada??? Ixe.. deixa conferir na Caras) foi quem entrou com a ação, portanto ela não tem culpa!!!

Meu Deusss!!! Óh!!!! Como ela é uma Santa!!!! Eu nasci ontem!!! Você também nasceu!!!

Mas pelo menos os 20 mil emails de protesto mandados em poucas horas ao site da MTV, foram um sinal de que a molecada está bem esperta.

E assim vamos nós. Lembrando que o ano está apenas começando e ainda temos:

* Clodovil (O Candidato de Andsousa) na Camara;
* Panamericano no Rio;
* Pacote da Economia do governo;
* Os resultados e desdobramentos do Caos Aéreo;
* O Primeiro ano do segundo mandato de Lula;

A pergunta que não quer calar:

Aprovaria a medida impopular de bloqueio do YouTube o baluarte da honestidade e do trabalho Geraldo Alckmin?