sexta-feira, dezembro 08, 2006

CINDACTA 1 - By Microsoft

Chega a ser patética a preocupação da imprensa como um todo ao CAOS instaurado na aviação brasileira.

O desastre ocorrido no vôo 1907 da Gol foi um desastre tipicamente tupiniquim. Até agora não se tem certeza do que ocorreu, mas pouco a pouco vão se chegando à conclusão de que a falha partiu da falta de estrutura, planejamento e treinamendo adequado aos controladores de vôo.

Como não poderia deixar de ser, após a morte de 154 pessoas, alguma atitude foi tomada (esse é o brazilian modus operandi). E a atitude causou o caos na aviação, vôos atrasando, sendo cancelados, pessoas passando horas nos aeroportos, protestos, pouca informação e a mídia fazendo o seu carnaval.

É óbvio que os passageiros não podem ter todas as informações necessárias, afinal de contas estamos falando de um setor estratégico-militar. Portanto, não adianta os passageiros chorarem, pois nem as companhias aéreas podem assegurar-se com certeza de alguma coisa.

A falha no tal CINDACTA 1 ainda é um mistério. Um sistema teoricamente infalível, de uma hoda pra outra deixa de funcionar! Levando o caos ao país, paralisando todo o sistema aéreo brasileiro. Provavelmente, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias apareceram por lá e resolveram fazer reparos no tal CINDACTA 1.

O carnaval da mídia então, nem se fala... O “drama” dos passageiros é uma coisa impressionante. Pessoas chorando, protestando, gritando, discutindo com funcionários, até uma mulher chegou a ser presa por racismo, qdo chamou uma funcionária de neguinha suja (mas não... ela não teve a intenção de ser racista, chorou, pediu mil desculpas).

É nessas horas q nós percebemos de q lado está a mídia. Nunca há mobilização tão forte como essa q estamos vendo, qdo o caso é de greve de ônibus, hospitais fechados, greve na previdência, etc.

Porque agora, são os CIDADÃOS q estão sofrendo, os CONSUMIDORES de fato, os FORMADORES de opinião.

Eu não sei não, por via das dúvidas, eu pegaria o Guaianazes – Lgo da Concórdia ou o Metrô Carrão – Jd. Imperador... esses daí nunca me deixaram na mão... hehehe

3 comentários:

Anônimo disse...

Isso me faz lembrar a fala do cobrador da lotação:

- JoanizaMissionáriacaixadaguajardimdasoliveirascaminhodobuzaosótemlugarempé

Me faz lembrar... dezenas de corpos amontoados, suor, cheiro de churrasquinho de gato, gente de todo o tipo.
No meu anonimato, acabava sabendo atraves das conversas alheias toda a saga das novelas, o curso do campeonato paulista e brasileiro e as diversas opiniões "formadas" daqueles que não tem ao menos informação. Ficava sabendo de tudo à respeito de pessoas que aprendi a odiar sem ao menos saber de quem se trata. A maledicencia do povo, as manifestações humanas, das mais diversas, das mais interessantes.
Me lembro da valeta que me acordava com os solavancos que faziam minha cabeça bater 3 vezes no vidro, anunciando que meu destino estava próximo... hora de acordar, depois de atravessar a avenida, tinha que olhar para a minha rua e decifrar o que o movimento dela me dizia. Fregueses da boca, polícia, guerrilha, vagabundos, crianças brincando, o córrego transbordado... fazia uma rápida analise e descia... Se tivesse muito calmo o movimento... o negócio era parar no buteco, tomar uma gelada, jogar um domino e esperrar pelas rajadas cortando o ar.

Me lembro das inumeras vezes que ajudei os camelos carregarem seus pertences pra dentro da bumba, dos idosos ignorados nos pontos, do cheiro de marmita fresquinha. Da vista da cidade. Da transformação que a especulação imobiliária promove no caminho centro-periferia e vice-versa. Me lembro de andar mais de 8 kilometros quando perdia o ultimo buzão do dia... dos nóias intimando o povo por um real, o prenuncio de um assalto... PLIMMMM... é a moeda batendo no cano, é a comunicação entre o cobrador e o motorista... MOtorista esse que não fazia distinção entre carga humana e um monte de entulho, freadas bruscas, esperas eternas nos pontos.
Como era bom se oferecer pra carregar os cadernos da linda garota que ia para a aula.Nessa época, pude compreender o que é a musica popular de verdade... não essa babaquice saudosista num banquinho com um violão, chorando letras vazias.
O buzão/lotação me levava a reflexões diárias, às vezes repetidas; situações inusitadas para o exercicio do bom senso e respeito ao próximo.
A "conduça" diária é uma escola, nele aprendi a lidar com emoções, odores, desejos e tolerância. Sol, chuva, vidro embaçado... rostos repetidos, rostos novos, mas com a mesma marca, o sofrimento, todos com destinos parecidos, a periferia. E aquela sensação (maldita lei de Murphy!) de que sempre que descemos o buzão esvazia.
A paisagem paulistana vista pelas janelas sujas da "conduça" daria um belo livro.
Entra e saí governo e nenhum cindacta foi instalado, a população cresce, o transito piora, a tarifa aumenta e a periferia continua lá... sempre a espera dos seus corpos cansados no final do dia, perversa, acolhedora, perigosa, forte, humana, feia, suja, esquecida... esquecida! Sem check-in, serviço de bordo e claro sem direito a reclamações também...

Caio Calazans disse...

É disso mesmo q eu tô falando...

Ainda bem q tenho um amigo capaz de botar no papel todas aquelas sensações e sentimentos q passamos durante anos na vida dura, apertada e suingada dentro dos busões da vida.

Valew Will.

Anônimo disse...

é foda Caio... eu perdi um amigo nesse voo... um amigo gente boa... trampava em manaus... eh foda ver isso acontecer por puro despreparo dos orgaos responsaveis... e é contrangedor ver o circo que se foi armado em cima disso... pessoas sofrendo com a morte de seus amigos e parentes amados... e declarações porcas em cima de declarações mais porcas... só espero que isso tenha acontecido como um aviso e que a coisas mudem... e nao como um prenúncio do que há por vir...